segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Casa de banho: engate ou sedução?









Para a maioria de nós, a associação de luxúria e casa de banho relembra-nos a nossa adolescência. A casa de banho era o único lugar de casa onde nos podíamos fechar justificadamente com o objectivo de praticar um pouco de auto-exploração. E as casas de banho publicas eram os lugares de fácil acesso e onde os estranhos se podiam encontrar e praticar a exploração mutua.


Obviamente, a casa de banho não se destina apenas às necessidades fisiológicas, mas também para outro tipo de necessidades. Apesar da casa de banho não ser um espaço cómodo, como o é o quarto, muitas vezes foi este o cenário para momentos quentes e húmidos. Cada vez que a sua porta se fecha, qualquer coisa pode acontecer.


Por exemplo, o duche é um lugar para esfregar o teu corpo vulneravelmente nu repetidamente, ensaboando-te em certos lugares que te estimulam. Comentava-me alguém: “É verdadeiramente delicioso desfrutar do meu namorado, brincando com ele no duche. É fantástico, praticar o sexo oral durante horas enquanto a água corre pelos nossos corpos”.


O ritual do barbear também pode ser bastante erótico. Continua o meu amigo: “Às vezes entro na casa de banho quando o meu namorado se está barbeando e apenas observá-lo nesse acto me excita. Talvez seja porque é algo muito masculino ou pela lembrança do meu pai, não sei; mas seja qual for, o aroma do gel da barba é afrodisíaco para mim.”


Os vestuários, numa visão mais generalista, têm muito de casa de banho, com a vantagem de aí podermos encontrar grupos de jovens apetitosos. “Há algo de especial quando se está parado num duche vaporoso, rodeado por homens nus. Isso é uma coisa realmente estimulante”, comenta-me um outro adepto dos ginásios. “Especialmente depois de uma longa e dura sessão de treino.”


Muito mais arriscado é o sexo nas WC públicas. Apesar de ser reprovado pela sociedade em geral e dos perigos que daí advêm, os encontros entre homens nas WC públicas são uma pratica que se desenrola desde há tempos longínquos. Qualquer homem, hetero ou gay, sempre espreita sobre o ombro o companheiro do urinol contínuo. E isso, em muitas ocasiões, leva à auto-estimulação ou inclusive em alguns casos a jogos mútuos.



Os códigos para quem frequenta as WC públicas são consideravelmente complexos. Desde bater os pés ao deixar recados escritos, são muitas as formas de dar a entender as reais intenções de ali estar. O famoso “glory hole”, uma abertura do tamanho de um pénis feita na divisória dos cubículos. Consegue que as possibilidades sexuais sejam mais acessíveis e facilitadas. Este relato, de um companheiro gay de 60 anos, reflecte esta prática: “Confesso. Na minha juventude passei horas nos cubículos dos WC’s públicos, fumando e esperando um amigável estranho que entra-se na porta ao lado. É incrível como nunca fui preso… ou tenha ficado com cancro de pulmão.”


O facto é que, de um modo geral, os WC’s masculinos costumam ser visitados por aqueles que não saíram do armário e por aqueles que enganam os seus companheiros/namorados. É por isso que alguns estudiosos apontam esta prática como pré-liberação. “ O sexo nas WC’s publicas é algo furtivo, por vezes inconclusivo, perigoso e na maioria das vezes em WC’s nada salubres. Mas para muitos homens, o perigo pode ser excitante. E apesar de ser óbvio que o sexo nos WC’s públicos ser incómodo para quem não o pratica, os seus praticantes costumam ser discretos já que não querem ser apanhados.


Contudo, estes argumentos não seduzem a alguns homens. A verdade é que, apesar dos prazeres que pode gerar, o sexo nos WC’s é algo bastante perigoso. Um outro amigo mais jovem diz a respeito disto: “É nojento e humilhante praticar sexo oral a um homem sem cara. E quando alguém famoso é preso por essa prática está a lesar a comunidade LGBT.


Por sorte, a Mãe Natureza, com toda a sua sabedoria, forjou a conexão anatómica entre excreções e o sexo. A casa de banho lembra-nos disso e da excitante sensação de “sujar-se”.